sexta-feira, 29 de abril de 2011

'More'

O primeiro a subir no ônibus foi um oficial da reserva, de 40 anos, em tão boa forma que se sentou sobre sua próstata sem tocar o chão com os pés. Sua camiseta trazia a bandeira dos Estados Unidos no braço direito e, no esquerdo, um símbolo colorido, de faixas entrelaçadas e enigmático. Na verdade, eram bolsos. Do primeiro, quando entramos no primeiro túnel, saltou um pênis; do segundo, um cu, aberto e protuberante. Sorriu para mim. Era um mutante; lembrava-me dele, quando Papai o trouxe, trancou-o no sótão com mais dois cientistas e lá ficaram eles, por anos a fio. Papai subia uma vez por dia ao sótão, com cerveja e diversas caixas lacradas. Ele devia ter seis anos. Não tive ciúmes, porque Papai me trouxe com mais idade do que qualquer outro de seus filhos. Eu era um adulto então. A cada vez que transávamos, quando engolia Sua porra, pela boca, pelo nariz, pelo cu, pelos olhos, por debaixo das unhas, pela uretra, sentia uma sensação tão boa, dormia ainda de pau duro. Ao acordar, estava ainda de pau duro, que me parecia maior a cada vez. Aquela mudança era esperada, eu rezava por aquilo, Papai me prometia alisando minha cabeça quando O chupava, que meu pau seria o maior do mundo, tão grande quanto o Dele. Eu babava no Seu pau tanta saliva, escorria pelo saco, e cada gota da minha saliva parecia queimar sobre seu colo. Nessas horas, quando eu engolia inteiro o seu pau enorme e saía cuspe do meu nariz, dos meus olhos, ele enfiava os dedos nas minhas orelhas e dizia ter certeza que era eu, tirava de dentro cera e passava na cabeça do Pau, que brilhava. Aos poucos, eu ia rejuvenescendo. Hoje, tenho a feição de um pequeno Diabo, entre dois e três anos, e um Pau tão grande, tão gostoso... meu Pai nunca mudou, só a cor dos seus olhos.
O motorista disse que não podíamos nos tocar até a chegada ao nosso destino. Levantou para acolher a segunda carona, um austronauta; sentou-se e com dificuldade abriu o capacete. Levava as bandeiras rasgadas, a meio puxadas e queimadas de brasa. Aquele eu não conhecia. Mas sabia que dentro de sua roupa ele nadava num líqüido amarelo e alucinógeno. Gemia.
O terceiro foi o mais lindo cachorro que já vi. Andava como um cavalo de raça, trotando, com a língua balançando de um lado para o outro. Sentou-se ao meu lado e repousou a cabeça sobre meu cólo. Na coleira vinha escrito "Cachorro". Cheirou meu pau e atolou mais o focinho entre minhas pernas, procurando meu cu. Vi que ele tinha um pau gostoso e fiquei contente com a viagem, enfim.
Chegamos à estação de lançamento por volta do meio-dia. Papai esperava por nós. Retirou de meu corpo os adesivos de nicotina que tinha espalhado e ajustou minha fralda. Subimos no foguete e, em dois tempos, a Terra parecia um balão pela escotilha avermelhada.
A estação espacial continha um dormitório para cada um de nós, interligados por um corredor onde a música e o mantra de nossa missão não paravam de tocar. Papai ficava no quarto do topo, com vista para os confins do espaço; o mutante, o astronauta dividiam o andar imediatamente inferior, onde havia também um salão oval, como todos nós esperávamos, para as orgias totais, de sexo, bebida, comida e drogas. Abaixo, com vista para a Terra, o meu quarto. O cachorro tinha ali um lugarzinho especial - se não fosse assim, eu o pediria. Papai sempre acerta.
Computadores de última geração, com masturbadores para pênis e cu, instalados em poltronas. Robôs com chifres e rostos simulando a presença de Papai. Caídas de gravidade, espetáculo de luzes, músicas programadas. Os satélites passavam pela estação e mostravam os programas de todas as nacionalidades, que nos reverenciavam em código. Aprendi todas as línguas que falam os filmes pornôs. Gostava que o mutante me fudesse com seu ombro, que eu fudesse o seu outro. Gostava de sentar no seu colo e ao mesmo tempo chupar seu pau acessório, ou seu cu acessório. Mesmo alterado geneticamente, era eu quem sempre estava de pau duro. Quando não era o caso, o ambiente ficava de cor de neve, com luz e fumaça, e eu dormia protegido pelo meu cachorro, flutuando em gravidade zero. Sempre acordava aconchegado ao trono de meu Pai, que me dá seu pau pra mamar, mijava dentro de minha garganta e, depois, cuspe e porra. Descia para a sala da grande orgia em sua companhia e, ao sinal do chamado, acudia a tripulação para a orgia, que nos restauraria.
O astronauta era um indivíduo engraçado, que recitava em alemão palavras da Bíblia e do Al-Corão. A seu encargo estava as blasfêmias e as heresias: gozar nos livros sagrados, fazer teatro com as passagens, mostrando seu sentido diabólico verdadeiro e original. Era um grande imitador ele, com um pau e um cu gostoso, este apertadinho e aquele inflável, uma prótese, conforme as leituras e os personagens encenados. O astronauta nunca tirava o capacete, mas andava sempre pelado. Sempre drogado, servindo também os banquetes. O nosso mordomo, o nosso servo, o Escravo de todos nós; pedia para ser castigado, chicoteado. Nessas horas, eu crescia pra cima dele, até ver seu sangue. Especializei-me em desenhar na sua pele com facas, garfos; eram tatuagens uma mais bonita do que a outra. Com o chicote, fazia obras não-figurativas. Mas gostava de desenhar bosques e seres mitológicos transando, reverenciando Papai. O que eu mais gostava de fazer com o Astronauta era forçá-lo a comer o vômito de todos nós nas pausas da orgia. Ele era o meu brinquedinho de sujar.
Descia para meu quarto montado no cachorro. Ali me reinstalava na poltrona automática, que conversava comigo, como um amigo invejoso, sempre louvando tudo que eu tinha. Vinham os robôs, mandando-me fumar, bater punheta, socar consolos no meu cu. Às vezes eu mesmo o fazia, dispensando a ajuda mecânica. Sempre gostei de usar as mãos.
O cachorro era meu fiel. Na frente dos outros, não me tocava nem aos outros, em hipótese alguma. Só quando Papai uivava. Aí éramos nós dois que ficávamos dando a patinha e tudo mais quanto Ele quisesse. Papai passou a chamá-lo com meu nome, depois do oitavo mês, e a mim de cachorro. De fato, quando me ocorreu olhar no espelho, eu tinha virado um cachorrinho mau. Cada vez que eu gozava, trepando ou batendo punheta, percebia que um pouco das estrelas se acabava. "É o plano, meu Filho".
Papai aparecia na tela do meu computador, em todos os canais da televisão. Seu chifre e seu rabo não se podiam disfarçar. Suas medalhas, sua farda, seus pêlos. "Eu Te amo, Papai, Diabo, meu Mestre, meu Senhor, meu Dono".
"Eu também Te amo, Meu Filho. Agora, vai, chupa o Diabo."
Foram anos, até que o mutante morreu. Quer dizer, seu prazo expirou, a experiência precisava recomeçar. Descemos e fomos recebidos com um grande banquete, onde foram servidos negros estúpidos mortificados e, em seguida, torturados meticulosamente, sob a supervisão de cientistas, a fim de recolher seu material genético e reconstruir, amelhorado, nosso brinquedo. Assistia àquilo com prazer, como me foi ensinado: comendo na tigela do cachorro uma mistura da porra do Papai com a minha, ao cheiro de notas novinhas de dinheiro, ouro derretido e muito, muito champagne jorrando para dentro do meu cu. Eu cagava de volta o champagne com a merda mais pútedra que se poderia, por efeito daquela comida tão gostosa. Papai me lambia, enchia as fraldas com aquilo e me mandava comer mais.
"Rezar para o Diabo e jamais dizer 'amém'", Papai dizia, sempre disse, desde que nos meus olhos infantilizados reconheceu a Si mesmo, empurrando minha cabeça contra seu pau, para engoli-lo até a garganta. "Só se diz, para o Diabo, 'More'".
Diabo, More.

Conto

"Meu Pai trouxe os negros da África para que fossem meus escravos. Homens negros, com bundas arredondadas, carnudas, arrebitadas e cus dóceis, para eu lamber e enfiar os dedos, as mãos, enfiar a minha mão e mostrar que são minhas marionetes. Alisar sua coluna por dentro, porque a mim pertencem, por desejo de meu Pai.
A subraça tem paus enormes, grossos e grandes, que molem são bons para chupar, duros são bons para chupar, para engatar no meu rabo."
Isso eu dizia a ele, porque me pediu que lhe contasse da minha tara. Encontrei com ele na rua; deixou seu colega no quartel, deu uma volta no quarteirão, disse que não podia me dar carona na viatura, se alguém visse. "Foda-se".
Fomos para minha casa, a farda dele estava tão justinha ao corpo, ao seu corpo negro. "Por que tenho vontade de me ajoelhar aos teus pés?", perguntou. Começou a chorar, eu o empurrei para trás. "Comigo, aqui, tu ris ou cala-te".
Chupou meu pau e sua farda foi ficando cada vez mais justa. Ele cresceu centímetros, ficou enorme. Olhava para seu próprio corpo e pensava, "não era assim tão musculoso". Quando colocou o pau pra fora, era do tamanho que eu queria, tão grande, tão roliço, que para endurecê-lo seu coração bateu como nunca, bombeando sangue, deixou-o tonto. Quase caiu pra trás, mas envergou-se para frente e, reverenciando-me, disse obrigado. Nem precisei emendar; ele mesmo, possuído, completou: "Diabo".
"Sem tirar a farda. Gosto de símbolos de poder." Engoli até a garganta, habilmente, gemendo. Ele era branco, de olhos azuis. Virei um cachorro e ele também. Veio por cima, meteu devagarinho e, depois, com força. "Está tão bom". Durava já meia hora. "Por que não gozamos?" "Porque eu não quero". Começamos a conversar. Acendi um Marlboro. "A PM escolhe seus soldados de acordo com o fenótipo da raça dominante. Tu és um achado, perfeitamente submisso, obediente, do espírito à carne. Meu pai trouxe peças brancas também para cá".
Eu o chupava, fumava no seu pau, lambia as bolas, explicava. Então, permite que ele gozasse. Foram jatos e jatos, a cada vez e outra que eu dizia "de novo". Gritava de prazer; de perversidade, não deixava que o seu orgasmo passasse. Que durasse até ele agradecer ao Diabo. Montei nele, que continuava ejaculando; rebolava, sentia lá no fundo, o seu pau enorme, pulsando. Desesperado, me colocou de quatro e socou, socou, na esperança de passar a onda de prazer. Achei aquilo delicioso, a sua burrice. Tão estúpido, iria ter um infarte em breve; de repente, lembrou-se. Disse e gozamos. Ele bebeu minha porra e adormeceu no caminho de volta à Viatura.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Regeln

Amar o Diabo é o Diabo amar-se. Que nome dás a teu pênis pouco importa, se é Ele que te chama. O Diabo deseja que tu ascendas, acendas um cigarro, à Sua esfera de Poder. A tua chupeta, a tua mamadeira, o teu alimento carnal. Vá, ascenda, acenda, veja como tu és Teu escravo e, assim, escraviza-O. Tens o mundo, porque a Ele te identificas. Tudo está em tuas mãos, masturba-te, demonstre de quem é controle do Prazer.
O Poder é Prazer.
Se obedecer ao Diabo, tudo te obedece. Serás a única não-coisa, o próprio e o mesmo.
O Prazer é Muito Dinheiro.
O Teu Chefe é o Diabo. O Mestre da Seita que Tu diriges, o Dono dos Teus Sócios e Correligionários.
O Pai de quem se dá à Sua paternidade.

http://www.xtube.com/watch.php?v=h4sE1-G252-